Educação financeira

ENEF lança novas propostas com o objetivo de fomentar a educação financeira e promover um consumo mais responsável
bsm
04/08/2011

O Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF) lançou, em 03/08, no Rio de Janeiro, as novas propostas de ação da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF). A iniciativa, da qual a BM&FBOVESPA faz parte, tem como objetivo fomentar a educação financeira no País, aumentando o conhecimento dos cidadãos na administração de seus recursos. A ideia é promover um consumo mais responsável da população, colaborando com a conscientização dos riscos nos investimentos, reforçando a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional.

Segundo a presidente do CONEF, Maria Helena Santana, a Estratégia será implementada de modo permanente e em âmbito nacional, com ações gratuitas e de interesse público, visando a orientação das pessoas, a partir de parcerias com órgãos e entidades públicas e instituições privadas. Como política nacional, a administração da ENEF irá contemplar as esferas Estratégica (formada pelos membros do CONEF), Consultiva (formada pelo Grupo de Apoio Pedagógico), de Coordenação (com a criação de uma entidade exclusiva para essa finalidade) e de Execução (por meio de parceiros públicos e privados qualificados para integrar a ENEF).

Na ocasião, também foi apresentada uma pesquisa sobre o grau de educação financeira da população brasileira, realizada pelo DataPopular, em 2008. O estudo, promovido pela BM&FBOVESPA, ouviu 1.809 pessoas com diferentes perfis de renda e graus de escolaridade, em seis capitais: Porto Alegre, São Paulo, Rio, Brasília, Salvador e Recife.

A principal conclusão da pesquisa é que o nível de educação financeira da população ainda é baixo. Apesar de três em cada dez entrevistados pagarem apenas o valor mínimo da fatura do cartão de crédito “quando a situação aperta”, a maior parte deles (52%) se autodenomina “pessoas poupadoras”. Para os cidadãos das classes C e D e com menos escolaridade, há preferência pelo consumo imediato, com muitas prestações e encargos financeiros.

O estudo mostrou ainda que 26% dos entrevistados afirmaram estar com o “nome sujo”. Desse total, mais da metade (58%) não pretendia quitar a dívida – 41% vai esperar a empresa entrar em contato e 17% vai esperar a dívida caducar. Por fim, 44% dos entrevistados declararam que eles ou alguém da família investem dinheiro todo mês. Já para a aposentadoria, o percentual de quem poupa cai para 31%.

Para o diretor executivo de Desenvolvimento de Negócios da BM&FBOVESPA, José Antonio Gragnani, é um orgulho para a Bolsa participar de uma iniciativa que promove inclusão social no Brasil. “Temos de aproveitar o bom momento econômico do País e levar conhecimento financeiro à população, para que as pessoas possam formar uma poupança e gerar um crescimento mais forte e sustentável”, disse.

O CONEF é formado pelo Banco Central do Brasil (BCB), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Superintendência de Seguros Privados (Susep), Ministério da Fazenda, Ministério da Educação, Ministério da Previdência Social, Ministério da Justiça, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA), Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg) e pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).